Naturalmente, os compostos, sejam orgânicos ou não, se decompõem na natureza. Quando esse processo é feito em casa, em uma versão mais concentrada, chamamos de compostagem.

Quando é feita dessa maneira, a compostagem utiliza matéria orgânica, como restos de frutas e vegetais, funcionando como uma reciclagem do lixo orgânico. Além de ser uma forma melhor de destinar esse tipo de lixo, a compostagem produz húmus, um material fértil e rico em nutrientes, que pode ser utilizado, inclusive, nas suas plantações.

Se você chegou nesse universo de compostagem agora, neste artigo, encontrará as principais informações e bons argumentos para te convencer a começar a compostar.

O que é e como funciona a compostagem

O que é compostagem e por que ela é importante? 1

Como mencionado, a compostagem é o processo natural de degradação dos materiais, podendo ser feita de forma doméstica, urbana, industrial, agrícola ou florestal. Neste texto, em especial, estamos falando da compostagem doméstica, que você pode começar a fazer na sua própria casa. 

O processo, normalmente, envolve uma caixa, onde há alguns materiais específicos para que a degradação aconteça de forma equilibrada, como folhas secas ou jornal picado. Nessa caixa, depositamos o material vegetal, como cascas de frutas, e deixamos que os microorganismos façam seu trabalho.

Bactérias, actinomicetos e fungos trabalharão juntos para decompor a matéria e, dessa forma, será produzido o chorume. O trabalho mais pesado é feito pelas bactérias, que usam uma ampla variedade de enzimas para decompor quimicamente os materiais orgânicos.

Isso pode ser feito por meio de uma composteira seca, que é um recipiente único onde todos os materiais são misturados para a produção final do adubo, ou pelo processo de vermicompostagem. Nesse último caso, acrescenta-se insetos, como minhocas, formando um minhocário, ou gongolos, em um procedimento conhecido como gongocopostagem.

A vermicompostagem é feita, na maior parte das vezes, por três caixas de plástico empilhadas. As duas de cima são caixas digestoras, isto é, são destinadas para a compostagem dos resíduos. Por sua vez, a última caixa é responsável por coletar o chorume, contando também com uma torneira para a sua retirada. 

O material final nas caixas de cima terá cheiro de terra rica, uma aparência escura e textura suave, será pouco esfarelento e não terá nenhum pedaço reconhecível de frutas, cascas e outros materiais que você tenha inserido – afinal, eles devem ser decompostos. 

Por que compostar?

A compostagem é importante por diversos motivos, incluindo suas duas recompensas finais: a consciência limpa e um fertilizante natural super nutritivo!

Cerca de um terço de todos os alimentos produzidos no mundo vão para o lixo, ou seja, milhares de frutas, vegetais, grãos e outros alimentos se perdem e estragam durante a distribuição ou são jogados fora em hotéis, supermercados e até mesmo nas nossas casas.

Cerca de 30% do lixo doméstico, por exemplo, é feito de matéria orgânica, segundo dados da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Quando essa comida vai para o aterro sanitário, ela produz metano, um dos gases de efeito estufa, que é mais potente que o dióxido de carbono. 

Nesse contexto, evitar o desperdício e lutar contra ele são passos importantes em busca de mitigar as mudanças climáticas. E a compostagem também pode ser uma forma de colaborar, evitando o descarte de lixo orgânico em aterros e outros lugares que possam causar impactos ao meio ambiente.

Além desse fator ambiental, a compostagem resulta em um material com grandes quantidades dos principais nutrientes necessários para fertilizar as plantas (nitrogênio, fósforo e potássio), além de micronutrientes e minerais que não estão disponíveis em fórmulas comerciais de fertilizantes.

Desse modo, além de ser uma forma melhor de descartar a matéria orgânica, você poderá tirar proveito do material produzido para nutrir e melhorar o crescimento das suas plantas. 

Como começar

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O primeiro passo para começar a compostar é encontrar o local ideal. Pode ser, por exemplo, ao ar livre, em algum canto do jardim ou quintal. 

Outra opção é realizar a compostagem em uma caixa projetada para isso. Nesse caso, o indicado é que sejam três caixas, duas para que o processo aconteça, com pequenos furos para as minhocas transitarem e o líquido escorrer, e outra para coletar o chorume.

Além do local ideal, você também precisará de serragem e um algumas minhocas californianas, que comem cerca de 50 vezes o próprio peso por dia, acelerando o processo e melhorando a qualidade do adubo.

Lembre-se de se atentar à umidade da composteira, que não deve ser excessiva. Para isso, mantenha as camadas secas, que geralmente são feitas com serragem e folhas secas. Também não deixe a caixa pegando chuva ou sol, coloque-a em um local na sombra.

Outro passo importante é conhecer o que pode e o que não pode ir para a composteira. Alguns dos materiais permitidos são:

  • Cascas de ovos;
  • Verduras;
  • Frutas (mas nem todas);
  • Borra de café. 

Já os itens proibidos incluem: 

  • Frutas cítricas;
  • Fezes de cães e gatos;
  • Alho e cebola;
  • Carnes;
  • Trigo;
  • Comida temperada.

Esses materiais proibidos comprometem a degradação da matéria orgânica e isso acaba desequilibrando e atraindo animais para a composteira, como mosquitos. 

É comum, inclusive, que no começo esse tipo de situação aconteça. O importante é continuar tentando, persistindo e buscando entender cada vez mais como o processo funciona, até que você domine a compostagem e ela se torne mais fácil e prática.

Depois de dominada, a compostagem, sem dúvidas, será um dos seus hábitos em busca de uma vida mais consciente e sustentável. E se quiser continuar aprendendo sobre sustentabilidade e vida saudável, continue navegando no nosso blog clicando aqui!

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