Por que é importante consumir produtos Cruelty Free e Veganos?
Entenda as consequências de um consumo mal aplicado diante a vida dos animais.
Todos somos consumidores em alguma escala, mesmo pessoas que usam o modo de vida minimalista, onde o consumo é reduzido ao máximo, ou quem só consome o básico por questões econômicas, vai precisar consumir algo ou algum objeto em determinado momento. É importante percebermos que qualquer tipo de consumo, reduzido ou não, trará consequências para o meio ambiente e a vida dos animais. Por isso, para minimizar essas consequências e impactos, entender o por quê é importante consumir produtos Cruelty Free e Veganos faz toda a diferença na vida animal e na natureza.
Cruelty Free
Os produtos Cruelty Free (sem crueldade) são um passo importante na direção da minimização do sofrimento animal, mas será que é suficiente?
Ao identificarmos este termo em embalagens de cosméticos, fica entendido que trata-se de um produto final ou de ingredientes que não foram testados em animais em qualquer etapa de sua produção. No entanto, se a marca do produto não é vegana -e isso faz toda a diferença-, pode ainda conter ingredientes de origem animal em sua composição, realizar ou terceirizar testes em animais em outros produtos da marca, possuir fornecedores que testam em animais ou que terceirizam testes em animais ou até mesmo patrocinar eventos com exploração animal, por exemplo: desfiles de moda com peles de animais, rodeio, hipismo, vaquejada, entre outros.
Vegano
O ideal para minimizar o impacto na vida de animais evitando qualquer tipo de exploração é consumir produtos Cruelty Free E Veganos. Os produtos veganos requerem maior atenção das marcas, por exemplo: Em todo o portfólio não poderá conter ingredientes de origem animal nem poderá terceirizar ou realizar testes em animais, tão pouco o produto final ou seus ingredientes poderão ser testados em qualquer etapa da produção.
Além disso, a marca contará apenas com fornecedores que não fazem testes animais ou patrocinam eventos com exploração animal.
A marca deve ser clara nas informações passadas aos consumidores a fim de gerar confiança.
Atualidade
Em um tempo onde não haviam outros meios para testagem e nem recursos tecnológicos para obter resultados satisfatórios que se adequassem às normas das agências reguladoras, a prática dos testes foi utilizada como alicerce de todo o consumo humano.
Na medicina, os animais foram utilizados para testar, criar e aprovar antibióticos, vacinas e basicamente qualquer medicamento para os humanos cujo a segurança de uso necessitasse ser avalizada.
A produção industrial de larga escala também utilizou durante todo o século XX amplamente os testes em animais. Números chocantes foram alcançados em função da prática nos mais variados produtos, como cosméticos, agentes químicos para compor alimentos industrializados, pigmentos para roupas, remédios e todos os produtos destinados ao uso humano que, para poder serem comercializados, precisavam passar por testes em animais.
Apenas para a indústria de cosméticos, a Cruelty Free International estima que mais de 500.000 animais são usados ainda hoje em testes todos os anos.
Laboratórios em todos nichos de mercado, com exceção para empresas veganas, ainda usam animais de forma cruel para testarem seus produtos antes de disponibilizarem no mercado para consumo humano.
Com os avanços tecnológicos atuais bem como a ampla gama de substâncias já testadas, essa realidade começa a se alterar. Consumir produtos Cruelty Free e Veganos vai na contramão desta situação alarmante.
Contudo, é preciso estar ligado.
Apesar de algumas multinacionais informarem em comunicados que não utilizam testes em animais em seus produtos (como forma de demonstrar aos consumidores preocupados com direitos animais que estão alinhadas com boas práticas), explicam que, por outro lado, se for requerido por lei, farão estes testes.
Na prática isso significa que ainda praticam testes em animais, pois acabam tendo que fazer, seja de forma terceirizada ou quando as agências reguladoras de outros países solicitam. Então é preciso conferir quais são as regras dos países que a sua marca preferida exporta, para ter certeza que não vai realmente haver testes.
A prática
A seguir, entenderemos um pouquinho sobre os testes.
Os aditivos químicos que compõem os produtos são testados a fim de comprovar ou medir sua reação em humanos. Estes aditivos estão presentes em diversos produtos industrializados, inclusive em alimentos que consumimos com frequência, que utilizam conservadores, saborizadores, reguladores, entre outros.
No ministério da saúde, a portaria nº 1.480/1990 lista alguns exemplos de como são estes procedimentos.
Em sua lista consta que todos os produtos já finalizados deverão se submeter a alguns ensaios pré- clínicos, como irritação cutânea primária, irritação cutânea cumulativa e sensibilização.
Este processo consiste em raspar algumas regiões da pele do animal, fazer arranhões e expor a ferida na pele à uma pequena quantidade do produto. A partir daí é feito um acompanhamento das reações adversas no local do ferimento.
O teste de irritação cutânea cumulativa, prolonga e aumenta o sofrimento do animal.
Após a raspagem da pele, o procedimento de ranhura e aplicação do produto é repetido durante o período de dez dias consecutivos.
Já no ensaio de sensibilização, é mantido contato entre a pele do animal e um patch oclusivo com uma pequena solução do produto ou ingrediente que será testado, e implica a injeção de uma substância conhecida como adjuvante completo de Freund.
Segundo esse documento, o uso do adjuvante pode ser perigoso, devido aos seus efeitos colaterais: dor, febre, nódulos, eritema, necrose e abscesso. O teste verifica se há ou não reação imunológica do corpo da cobaia à substância.
Já o teste Draize (irritação ocular) geralmente é realizado em coelhos albinos parcialmente imobilizados, visa avaliar efeitos irritativos do produto ou ingrediente nas diversas partes do olho do animal como a conjuntiva, íris e córnea.
Por fim, o ensaio de foto-toxicidade busca compreender o quanto uma área da pele se torna sensível à luz visível ou aos raios ultravioletas, geralmente a pele deste animal fica queimada e descamada. Ele é realizado comumente em camundongos sem pelo, coelhos, porcos ou porquinhos-da-índia,
A importância do consumo de produtos sem crueldade (cruelty free) e veganos
O principal motivo de consumir produtos Cruelty Free e Veganos, está em evitar diversos tipos de sofrimento aos animais que não dizem respeito somente aos testes, mas também ingredientes animais e eventos que se utilizam da exploração animal.
Por Wil Lemansch
Na nossa loja, é claro, só trabalhamos com produtos veganos.
Recursos obtidos:
Souza, Robson Fernando de – “Direitos Animais e veganismo: consciência com esperança” – Arivegan.com – Ministério da saúde: portaria nº 1.480/1990
